Edson Celulari e Adriane Galisteu falam para a Facebrasil
E se você viesse do passado e não soubesse nada sobre o que está acontecendo neste século?
Quem vive no século XXI já se acostumou a uma rotina agitada. Atender ao celular, ficar preso no trânsito e fazer compras on-line parecem situações corriqueiras para os dias de hoje. Manchetes anunciando a chegada do homem à lua, as guerras mundiais e o surgimento da internet seriam notícias velhas se estampassem a capa de um jornal na atualidade. Só surpreenderia mesmo alguém que fosse de outra época e viesse parar neste século por uma obra do destino ou do acaso. É o que acontece com os Sabino Machado, uma família do século XIX. Após o naufrágio de um navio, eles ficam congelados por 132 anos e despertam em uma São Paulo em pleno 2018. Essa é a história da nova novela da Globo, “O Tempo Não Para” – uma obra contemporânea que trata de assuntos superatuais, além de confrontar os valores e as relações humanas vigentes em séculos diferentes. Tudo isso permeado por uma história de amor capaz de romper barreiras entre dois jovens de épocas distintas.
Edson Celulari e Adriane Galisteu falam para a Facebrasil
“O Tempo Não Para” tem elenco de peso, e dois grandes artistas falaram com exclusividade para a revista Facebrasil durante a coletiva de imprensa sobre a novela.

Edson Celulari interpreta Dom Sabino, um empresário vitorioso do Brasil Imperial que sentirá dificuldade de se adaptar ao século XXI.
Adriane Galisteu interpreta Zelda Larocque, uma estilista que fará o que for preciso para recolocar sua grife no topo da indústria da moda brasileira.
FBR – O trabalho dos atores brasileiros é apreciado pela comunidade brasileira que vive no exterior. A grande maioria assiste às novelas em exibição e se recorda das que foram sucesso. Quando viajam para outros países, como encaram a “tietagem internacional” dos brasileiros?
AG – Pelo fato de eu ter morado em Portugal por um ano, curti muito o país. É um lugar ao qual, sempre que posso, volto para matar a saudade. Sou recebida com esse reconhecimento e com carinho. Fiz trabalhos que repercutiram também em Orlando e Miami. Acho sensacional. Fora toda essa galera brasileira que mora em outros países. É ótimo fazer um espetáculo de teatro em que posso receber os brasileiros que moram fora. Essa oportunidade é uma delícia e muito especial para mim.
EC – Acredito que, quando uma pessoa deixa o seu país, uma parte dela fica. É natural que ela se identifique quando vê o ator. “Acompanhei suas peças, novelas, filmes, e que bom te ver.” É gostoso você perceber esse sentimento no público que acompanha seu trabalho. Sempre fico na torcida para que aquele que me reconhece, que vibra ao me encontrar, que ele esteja bem e feliz. Acho que esse retorno às suas raízes é também uma chance de reforçar e renovar sua energia.
FBR – É crescente o número de brasileiros que têm deixado o Brasil para morar no exterior, inclusive, muitos artistas. Qual a análise de vocês sobre esse fato?

AG – A coisa que mais amo na vida é viajar. Mas morar fora, talvez, só quando o meu filho Vittorio for mais velho. Ele estuda em colégio internacional, então, provavelmente, quando ele for adolescente, vai acabar estudando em outro país. Aí, a mãe e o pai acabam arrastando a asa para algum lugar. Meu trabalho é totalmente made in Brazil. Mas entendo os amigos que vão morar fora. Por um lado, é bom, porque a gente acaba matando a saudade dos amigos ficando com eles quando nos reencontramos. Mas, por outro, é triste, porque algumas pessoas saem do país por um fator negativo. O legal seria sair do país por oportunidades e para experimentar uma nova vida, e não porque o Brasil não está legal como gostaríamos que estivesse.
EC – A migração é uma coisa natural. Óbvio que há uma situação político-econômica particular, e muitas pessoas se perguntam “Por que não tentar algo lá fora?”. Quem decide precisa de uma porção de coragem e de organização para que aquilo se realize de uma forma bacana. Aqueles que conseguem, ótimo, seguem a vida. Outros retornam por opção ou porque não deu certo. Eu, pessoalmente, nunca pensei em sair. Penso sempre naqueles momentos quando estou exausto, e penso em passar uma temporada no fim no mundo, numa praia deserta, mas não sei o que faria depois do segundo mês naquele lugar. Porque, na verdade, gosto de curtir como turista. Mas morar acho que não conseguiria. De qualquer forma, é uma decisão de coragem para quem escolhe.




