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domingo, outubro 26, 2025

Senhores do tempo – na revista Facebrasil 61

ELES MARCAM AS HORAS COM PRECISÃO, MAS SUAS HABILIDADES EXTRAORDINÁRIAS SÃO MESMO ATEMPORAIS

Mecanismos admiráveis, que chegam a desafiar leis da física e surpreendem o usuário com as atividades que podem executar. Considerados verdadeiros milagres, alguns relógios dedicam cada segundo à vida em perfeita sincronia e funcionalidade.

O Christophe Claret’s X-TREM-1, por exemplo, é um belíssimo cronógrafo que permite ampliar as fronteiras da relojoaria mecânica. Ele utiliza campos magnéticos para criar uma ilusão de ponteiros flutuantes, simbolizados por duas esferas de 4 mm que desafiam a gravidade magicamente nas laterais do movimento, à esquerda marcando as horas, e à direita, os minutos.

O relógio é uma complicação de 419 peças. Um turbilhão, posicionado às seis horas em uma inclinação de 30°, montado em uma base de titânio, compensa possíveis desajustes ocasionados pelo movimento do relógio. Ele vem equipado com sistema retrógrado de marcação de horas e minutos, que faz com que o X-TREM (Experimental Time Research Engineering Mechanism) seja o primeiro modelo desse tipo. Sessenta e quatro rubis garantem a precisão das horas.

São 30 metros de estanqueidade em três opções de caixa, ouro branco, ouro rosa e platina, todas com acabamento metalizado preto em PVD; as medidas são de 40,80 x 56,80 mm.

Do desafio à lei da gravidade para a teoria heliocêntrica, desenvolvida por Copérnico no século XVI: a Maison Harry Winston apresenta Opus 12, criado por Emmanuel Bouchet. Ele certamente é um mecanismo improvável para a marcação do tempo. Essa máquina coloca em ação a mudança de minutos e horas de maneira perceptível em um lindo movimento.

Os ponteiros indicadores das horas são voltados para o centro do relógio. Eles giram em torno de seu próprio eixo. Quando estão azuis, mostram a hora ativa. Em prata, o ponteiro está desativado. Os minutos têm um sistema semelhante, com lâminas que giram em torno dos indicadores de horas e apresentam intervalos de cinco minutos. A marcação exata desse intervalo é feita por um mostrador central em semicírculo de cinco minutos. O visor de cristal de safira permite observar o movimento mágico dos ponteiros móveis. A borda opaca tem o nome da marca gravado em preto.

A complicação de 607 peças é abrigada em uma belíssima caixa de ouro branco. A peça tem acabamento em pulseira de couro de crocodilo preto e fecho deployant. A implantação dos fusos horários mundiais na Convenção Internacional dos Fusos Horários, em 1884, séculos depois da teoria desenvolvida por Copérnico, fez com que o mundo fosse dividido em 24 faixas de 15 graus cada. Cada uma delas representa uma hora diferente. Em 2012, a Breitling trouxe um mecanismo surpreendente, que supera a barreira imposta pelas demarcações de horas. É um relógio ideal para viajantes: com um simples movimento, ajusta-se automaticamente à hora local.

Transocean Chronograph Unitime tem o dial composto por dois discos móveis. Um deles tem o nome das 24 cidades que representam cada um dos fusos, inclusive com horário de verão; o outro traz as 24 horas. A indicação definida pelos ponteiros centrais representa a hora local da cidade posicionada às 12 horas. A mudança de fuso horário é feita apenas puxando a coroa e girando-a em qualquer sentido. Os ponteiros que marcam minutos e segundos, assim como os cronógrafos, não sofrem enquanto a hora local é determinada. O calendário é igualmente ajustado automaticamente, respeitando a data local. Tudo isso com o acabamento inconfundível Breitling.

O movimento da Terra em torno do Sol é um ponto buscado massivamente pelas maisons relojoeiras. A IWC Schaffhausen conquistou esse marco com maestria. Português Sidérale Scafusia não só consegue marcar as horas muito bem, como também apresenta um marcador de hora sideral, posicionado às 12 horas. A diferença entre a hora solar e a sideral é justamente o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de seu eixo, levando em consideração um ponto de referência externo: o Sol. Isso significa que um dia sideral tem quase cinco minutos a mais do que um dia solar, já que o movimento considerado soma a rotação e a translação do planeta. Dez anos de estudos fizeram com que os pesquisadores chegassem a esse resultado mecânico.

Uma magnífica máquina que, além das funções básicas, tem calendário perpétuo, turbilhão aparente e uma margem de apenas 11 segundos de erro por ano. O verso dessa joia consegue ser tão ou mais surpreendente. Uma carta celeste personalizada é adicionada conforme a preferência de localização geográfica do usuário. Os engenheiros da companhia realizam o cálculo específico da posição do cliente e adicionam os pontos variáveis que indicam o nascer e o pôr do sol, além das constelações que podem ser observadas no horizonte. As estrelas estão posicionadas sobre uma tapeçaria polarizada que fica cinzenta durante o dia e azul à noite.

A peça pode ser totalmente personalizada em sua aparência também. O cliente pode escolher o material da caixa, a tapeçaria de fundo do dial, a composição da pulseira e diversos outros itens que fazem desse relógio completamente exclusivo. Os pedidos levam cerca de um ano para ficar prontos.

Ainda de olho no céu, a Hublot faz uma viagem até a Grécia Antiga e a famosa calculadora astronômica Anticítera, que data provavelmente do século II a.C. e foi encontrada em 1902, entre as ilhas de Creta e Cítera.

É nessa calculadora que a maison se inspira para criar seu relógio, que tem o mesmo nome e as mesmas funções, mas em escalas menores. A caixa retangular apresenta três lunetas circulares internas que marcam, simultaneamente, o calendário gregoriano, zodiacal e egípcio, somado ao calendário lunar. Uma lâmina apresenta as cidades onde os jogos pan-helênicos aconteciam. No zodíaco, o relógio ainda mostra a posição do Sol e da Lua em relação à Terra. Além disso, essa peça marca horas e minutos. Ela tem duas coroas: uma, às seis horas, permite dar a corda e ajustar as horas; uma segunda coroa, posicionada às 12 horas, é responsável pela correção das indicações astronômicas. Serão produzidas apenas quatro unidades; três delas serão encaminhadas para museus, e uma será leiloada.

Em contraponto aos mistérios das constelações e dos movimentos dos astros, a Rolex vai às profundezas do oceano Atlântico abraçada ao pulso do cineasta James Cameron. Oyster Perpetual Rolex Deepsea Challenge chega para quebrar os recordes estabelecidos pela própria marca. E foi num domingo de março que o diretor de “Titanic” e “Avatar” alcançou o fundo do mar com o apoio da marca.

O relógio é projetado para ter uma estanqueidade de 12 mil metros. Um sistema patenteado denominado Ringlock faz com que a pressão da água fique igualmente distribuída. As possíveis infiltrações que poderiam ocorrer pela coroa foram solucionadas com um sistema especial de rosca. Sua aparência se aproxima à dos modelos de produção regular da maison. A luneta giratória é elaborada com a cerâmica Cerachrom, com algarismos preenchidos com platina. A escuridão das profundezas é facilmente contornada com a aplicação de Superluminova nos ponteiros e indicadores de horas.

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