SAIBA O QUE NOS AFASTA DA SAÚDE FINANCEIRA E APRENDA A DESVIAR-SE DAS TENTAÇÕES E ARMADILHAS ECONÔMICAS
A cultura de consumo subjacente na nossa sociedade é a principal responsável pelo endividamento das pessoas, e talvez um dos maiores entraves para uma vida financeira mais saudável sejam as instituições bancárias, que estimulam seus clientes a adquirir crédito e gastá-lo com casas, carros, viagens etc. – tudo que evidencie uma imagem de abundância e status social. Não é preciso muito estudo para saber que, ao contratar uma dívida superior ao fluxo de entrada mensal, o indivíduo terá de arcar com multas e juros nada benevolentes.
Outro vilão da economia atual é o marketing de consumo, que, pela TV, internet ou mídia impressa, nos bombardeia com mensagens que nos convidam a gastar com bens supérfluos. Algumas campanhas são tão agressivas que podem nos fazer sentir mal e desadequados caso não atendamos aos seus apelos.
Por fim, a sociedade capitalista está toda apoiada em um consumo desenfreado. De um modo inconsciente, as pessoas acham que, se comprarem mais, serão mais bem aceitas em qualquer lugar, seja em centros comerciais, seja em restaurantes, seja em eventos culturais.
À luz desses dados, não causa grande surpresa que o índice de “compradores compulsivos” (C.C.) tenha crescido exponencialmente nos últimos 20 anos. Aliás, a coisa toma outra proporção quando se leva em conta que esse fenômeno levou ao surgimento dos “grupos de apoio” aos C.C. – e, dizem, são as empresas de crédito que ajudam a pagar dívidas. Uma verdadeira loucura, não?
Para se “livrar” dessas amarras e encontrar seu equilíbrio financeiro, o ideal é assumir as rédeas do próprio desejo, rechaçando todas as compras desnecessárias e convites ao consumo exacerbado.
Também se faz necessário chamar para si a responsabilidade de administrar as próprias economias, uma vez que permitimos que bancos administrem o nosso dinheiro e empresas nos paguem abaixo do nosso valor e empenho profissional.
Dinheiro não compra felicidade, mas, quando escasso, pode tornar-se símbolo de sufoco e motivo de grandes preocupações. Acredite ou não, tenha consciência de que seus pensamentos estão bloqueando o fluxo de dinheiro que devia chegar até você: porque toda quantia que você precisa existe, ela apenas não está na direção certa. Atraímos aquilo em que mais nos focamos – se forem dívidas, mais dívidas teremos; se for escassez, mais disso terá na sua vida. Portanto, pense em prosperidade e abundância. Se quer um conselho, nem pense em dinheiro físico enquanto símbolo. Foque antes nas emoções boas que o dinheiro lhe pode proporcionar, como uma bela viagem com as pessoas que mais ama.
Mas idealizar e canalizar suas energias para um único objetivo não é garantia de sucesso – porque, se assim fosse, todos que leram o livro “O segredo” estariam ricos agora. Quem verdadeiramente deseja viver a vida que sempre sonhou deve, de início, ocupar-se com o planejamento e a organização de sua situação financeira – e deixo a seguir algumas dicas, para norteá-los.
1- Some todo o dinheiro que gasta por mês
2 – Elabore agora uma soma de todas as despesas
3 – Planeje e negocie o pagamento de dívidas (se as tiver)
4 – Calcule quanto gasta com o seu banco
5 – Se tem filhos, faça uma lista de todas as despesas que tem com eles
6 – Identifique as áreas onde cabem economias
7 – Estude o mercado
8 – Estipule uma verba para gastos supérfluos ou crie um “pé de meia”
9 – Compre um cofre (não um porquinho) e deposite ali, diariamente, todo dinheiro que conseguir poupar
10 – Faça uma listagem de objetivos a atingir
11 – Invista em ativos financeiros
Alexandre Lonewolf, 47 anos, nasceu em Lisboa, onde ainda vive com a filha e a mulher. Músico apaixonado pela vida, Alexandre é ainda autor do livro “Sucessa-te – 10 dicas poderosas para transformares a tua vida e o mundo num sítio melhor para viver”



