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segunda-feira, outubro 27, 2025

O que se sabe sobre chuvas no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul tem registrado nos últimos dias um grande volume de chuvas, o que causou a morte de 38 pessoas até a tarde desta sexta-feira (3). Outras 74 estão desaparecidas. Cerca de 23 mil pessoas estão desalojadas.

Segundo a Defesa Civil, 235 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estenderam desde o início da semana.

A situação fez com que o Estado decretasse calamidade pública na quarta-feira (1). As consequências dos temporais, como enchentes e transbordamento de rios, foram classificadas como desastres de nível 3, que são “caracterizados por danos e prejuízos elevados”.

As aulas da rede estadual foram suspensas nesta semana. Ao todo 700 mil alunos foram impactados.

Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o Estado e prometeu ajudar os governos locais.

“Como cidadão eu vou rezar para que a chuva não castigue mais pessoas no Rio Grande do Sul. Como governante, farei tudo o que for possível para auxiliar os governos municipais e estaduais a remediar os danos as milhares de famílias”, afirmou.

O governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o total de mortes deve aumentar. O governador afirmou que o total de mortes ainda deve aumentar.

“Não vamos titubear. Faremos tudo que for possível e, se for necessário, vamos brigar com quem tiver que brigar para colocar todas estruturas em campo no Rio Grande do Sul”, afirmou, em publicação no X (antigo Twitter).

Segundo o Climatempo, as chuvas devem continuar nas regiões de Santa Maria, vales dos rios Taquari, Caí e Pardo, Região Metropolitana, Serra, Norte e Noroeste. A previsão de instabilidade vai até domingo (5).

Com problemas de movimentação no Estado, o governo federal decidiu adiar a realização do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que seria realizado no domingo. Ainda não foi divulgada uma nova data.

Por que está chovendo tanto no Rio Grande do Sul?

Meteorologistas ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil explicam que as chuvas intensas registradas no estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias são consequência de uma combinação de três principais fatores:

  • Presença de um cavado (corrente intensa de vento) em atuação na região proporcionando a formação de tempo bastante instável;
  • Presença do corredor de umidade vindo da Amazônia, que potencializou a intensidade de precipitação
  • Presença de uma onda de calor na região central do país

“Essa massa de ar quente sobre a área central do país bloqueou a frente fria que está na região Sul impedindo-a de avançar e se espalhar para outras localidades. A junção desses fatores faz com que essa instabilidade fique sobre o estado, causando chuvas intensas e continuas”, explica Dayse Moraes, meteorologista do Inmet.

Aliado a isso, o período entre o final de abril e o início de maio de 2024, ainda tem influência do fenômeno El Niño, que é responsável por aquecer as águas do oceano Pacífico, contribuindo para que áreas de instabilidade fiquem sobre o estado. Essa combinação de diversos fatores de uma única vez é considerada rara pelos especialistas.

As chuvas catastróficas do Sul têm relação direta com a onda de calor registrada na região Centro-Oeste e Sudeste, onde as temperaturas estão cerca de 5°C acima da média neste outono.

“Com a intensificação das mudanças climáticas globais os eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intercorrentes”, acrescenta Rafael de Ávila Rodrigues, professor e climatologista do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). (com informações BBC)

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