por Marcella Carvalho
Não raramente, presenciamos ou tomamos conhecimento de atos de discriminação por causa da cor, raça, religião, gênero, nacionalidade, sexual ou classe social. Além de lamentarmos, nos orgulhamos por não sermos iguais aos discriminadores. Mas, muitas vezes, podemos ser preconceituosos em relação a outros temas e nem percebemos.
Conheça algumas formas de preconceito comuns em nossa sociedade e que fazem muito mal aos que são discriminados.
Vai ficar para titia
Se uma mulher chega aos 30 e ainda não se casou nem está noiva, chovem comentários do tipo: “Xi, vai ficar para titia”, “Coitada, não arrumou ninguém que a quisesse”, “Será sempre uma solteirona”. Mesmo que não seja a intenção, há um preconceito claro, pois onde está escrito que a mulher é obrigada a se casar antes de uma determinada idade? Ela pode não ter se casado por uma série de motivos, tais como: estar mais focada na carreira, ainda não ter surgido alguém que realmente a fizesse pensar no assunto ou simplesmente, ela não acredita no matrimônio. Independente do motivo, é preciso respeitar e nunca tocar no tema como se estivesse cobrando ou se lamentando.
Não dirige? É um incompetente!
Em muitos países europeus ou em grandes metrópoles como Nova York, não ter carro e optar pelo transporte público, é visto como algo positivo, mas para os brasileiros, alguém que não goste de dirigir (principalmente se for homem) é logo associado a um fracassado total. Pode ser que a pessoa não queira dirigir porque não se sente confortável em ficar horas no trânsito estressante ou mesmo porque não gosta de pegar no volante, mas qual o problema nisso? Analisando com calma, veremos que nenhum, mas se toda vez que conhecermos alguém que não dirige, concluirmos que é alguém “inferior”, estaremos sim, sendo preconceituosos.
Não querem filhos? São egoístas!
Alguns casais, mesmo estando anos juntos, não têm filhos, o que faz com que muitos especulem: “Qual dos dois tem problema?”. Pior é quando descobrem que, na verdade, o casal optou por não ter filhos. “Como assim? Isso é um ato de egoísmo!”. Ora, nem todo mundo nasceu para ser pai ou mãe e se essas pessoas decidiram que é melhor apenas se curtirem, respeite a decisão, não faça julgamentos.
Usa tatuagem? É bandido!
Nos anos 70, poucos ousavam fazer uma tatuagem, pois logo eram associados a marginais. Nos anos 2000, apesar de milhões de pessoas terem aderido à moda e passado a ostentar uma ou mais ”tatoos”, ainda há quem discrimine. O tipo de roupa, o corte de cabelo, os acessórios ou uma tatuagem não servem para definir se alguém tem ou não boa índole, basta lembrar que a maioria dos corruptos, ao invés de tatuagens ou vestimentas excêntricas, usam ternos chiquérrimos.
Menina jogando futebol?
Nos Estados Unidos, existem mais meninas que meninos jogando futebol, mas, no Brasil, considerado o País da bola, quem é do sexo feminino e quer praticar o esporte, é vista com preconceito quanto à sua sexualidade. Novamente, se pararmos para analisar com calma, qual o problema em uma garota deixar de lado a boneca e querer marcar gols? Ao invés de já fazer deduções preconceituosas, devemos sempre incentivar uma criança que quer praticar um esporte, sem inventar regras absurda de que isso é “para macho” e aquele “para mocinha”.
Esses são só alguns exemplos de como podemos ser preconceituosos com amigos, familiares ou com quem acabamos de conhecer. Existem muitos outros casos que por fugirem ao que é “convencional”, logo são vistos como “errados”. Para ser considerado alguém realmente livre de preconceitos, o melhor a fazer é sempre que se deparar com uma pessoa que tenha uma atitude diferente dos “padrões”, refletir se ela tem ou não esse direito, se não estiver fazendo mal a ninguém nem ferindo alguma lei, certamente, tem e o correto é aceitá-la sem julgamentos.08



