por Eloá Orazem
Diante dos últimos acontecimentos que abalaram nossa Orlando, fico pensando que fazer o bem é uma escolha e, como tal, tem seu preço. Demanda tempo, esforço e às vezes até dinheiro. Não é fácil optar pelo caminho do bem todos os dias – e percebo que a maioria das pessoas acaba encontrando uma desculpa para usar um atalho ou um desvio.
Não as julgo, porque também já estive nessa posição. Faz parte de ser humano: a gente fraqueja. Não é à toa que “zona de conforto” tem esse nome, né?
Parece que é tão mais fácil terceirizar toda a ajuda do mundo. Pela internet, compramos nossa consciência limpa: clicamos em alguns links, preenchemos um rápido formulário e voilà – fizemos a nossa boa ação do dia.
Entenda que eu acho muito, mas muito importante mesmo apoiar causas e causos on e off-line. Mas “fazer o bem” com o cartão de crédito resolve só parte do problema – e nos ensina muito pouco.
Passar pelo “desconforto” de trocar um sábado na praia ou no parque para arregaçar as mangas e ajudar quem precisa enobrece o caráter e nos ensina muito sobre o que realmente dignifica doação.
Não doe o que você tem – doe quem você é. Seja alimentando quem precisa, seja até dando aquela força para um amigo de mudança, o importante é abrir o coração e colocar esse e outros músculos para pulsar em benefício alheio.
Sei que no começo a coisa toda pode parecer difícil demais, mas eu garanto que fica facinho. Viciante, até.
Fazer o bem é um exercício diário, como uma academia, e as mudanças a gente percebe no espelho – o sorriso vai se alargando à medida que o coração vai amolecendo e os braços se abrindo. Melhor que abdome trincado é ter o peito sarado – literalmente.