Quando o Espírito Respira no Mundo
Há momentos na história em que a humanidade parece ansiar por algo que vai além das certezas e das doutrinas, uma sede que não é de respostas, mas de sentido.
Vivemos um tempo em que a espiritualidade volta a ser experiência, e não apenas crença; presença, e não apenas conceito.
Fala-se muito em despertar, mas o verdadeiro despertar não é barulhento: é um sopro.
Um vento leve que passa por dentro da alma e recorda o essencial – que o sagrado não está fora, mas em tudo o que vive e respira.
“Espiritualidade Viva” é o nome que damos a essa lembrança.
Ela transcende religiões, une tradições e sopra uma mesma verdade em diferentes línguas:
o Divino não se separa da Criação, e cada ser é uma centelha do Todo.
Neste artigo, eu te convido a contemplar essa consciência viva que habita o vento, a Lua e o próprio coração humano.
Deixe ser conduzido a esse espaço onde fé e magia se encontram, não como opostos, mas como reflexos da mesma luz.
Porque ser espiritual é estar tão desperto que até o silêncio se torna oração.
Respire, então.
Deixe o vento tocar teu rosto e a Lua te observar em silêncio.
O Divino já está aqui, ele somente espera que o reconheças.
A Espiritualidade Viva
Há um vento antigo que percorre o mundo,
um sopro invisível que não pede templo nem dogma, apenas um coração desperto.
Ele dança entre as folhas, atravessa as eras, toca os mares e murmura nos sonhos:
“Lembra-te, alma viajante, o Divino vive em ti.”
A Espiritualidade Viva não mora nas alturas, mas no instante em que o olhar se torna presença,
em que a palavra se faz ponte e o gesto, altar.
Não é doutrina, é movimento.
É o ar que entra e sai do peito, levando o que pesa e trazendo o que cura.
É o vento que apaga o fogo do ego e acende a chama da compaixão.
A Lua, consciência divina vestida de prata, observa em silêncio.
Ela não fala, somente reflete.
Reflete a luz do Sol e, com isso, nos ensina o segredo mais antigo:
“Nenhum ser brilha sozinho.
Toda luz é partilha.”
Quando a Lua cresce, recorda-nos a fé.
Quando minguante, ensina-nos o desapego.
Quando nova, o recomeço.
E quando cheia, o espelho do próprio Criador.
Assim é a Espiritualidade Viva:
uma dança entre sombra e claridade,
um ciclo que nunca se encerra, apenas respira.
Ela nos chama a viver com o coração aberto,
a reconhecer o Divino no que pulsa;
na criança que sorri, no ancião que recorda, na Terra que sustenta,
no silêncio que abraça tudo o que existe.
Ser espiritual não é fugir do mundo, é estar tão presente nele que o sagrado floresce por onde andamos.
É fazer do corpo um templo, do tempo uma prece, da vida, um altar em movimento.
E então, os Deuses do Vento sopram mais uma vez, e dizem:
“Não busques o Céu – sê o Céu.”
E a Lua, mãe da lembrança, responde com ternura:
“Viver é orar, quando se vive com alma desperta.”
Quando o Vento Silencia e a Alma Sorri
No fim, tudo o que buscamos fora sempre esteve dentro.
O Divino nunca se escondeu, nós apenas esquecemos de escutar.
A espiritualidade não é um dogma, mas um estado de presença:
um modo de olhar a vida com reverência, de ouvir o outro com o coração desperto,
de caminhar pela Terra com respeito e gratidão.
Quando aprendemos a ver o sagrado nas pequenas coisas; no canto de um pássaro, no toque da chuva, no olhar de quem amamos, então percebemos que o Universo inteiro respira conosco.
É nesse instante que o vento se torna prece,
que a Lua se torna espelho,
e que o silêncio revela o que sempre foi verdade:
O Divino vive em tudo o que vive.
E quem vive com amor, já encontrou o Divino.
Assim se encerra o ciclo, e recomeça o mesmo sopro; porque a espiritualidade viva não termina, apenas flui.
Como o vento.
Como a vida.
Como a alma que recorda quem é.
Este é o tempo do despertar silencioso, onde a fé não precisa de aplauso, apenas de presença.
O vento sopra onde quer, e assim é a Consciência Divina: livre, amorosa, sem fronteiras.
Não busques respostas nos gritos, mas nas pausas.
A sabedoria se esconde nas entrelinhas, no espaço entre as palavras,
no instante em que o coração respira antes de decidir.
Este sopro traz cura aos que se cansaram de lutar contra si mesmos.
Ele lembra:
“Não é preciso ser perfeito para ser sagrado.
É preciso apenas ser inteiro.”
By: @lalevato



