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sexta-feira, outubro 24, 2025

Escrever texto com ChatGPT faz mal ao cérebro, sugere estudo

Usar ferramentas de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT para escrever textos pode provocar custos cognitivos nos usuários e diminuir a capacidade de aprendizado. Esta foi a revelação de um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, que investigou o potencial impacto de modelos de linguagem de larga escala na educação.

Segundo os pesquisadores, os usuários destas ferramentas tendem a apresentar desempenho consistentemente inferior nos níveis neural, linguístico e comportamental.

“Esses resultados levantam preocupações sobre as implicações educacionais de longo prazo da dependência dos Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs, na sigla em inglês) e ressaltam a necessidade de uma investigação

Neurônios menos ativos

O estudo contou com 54 participantes, que foram divididos em três grupos de 18 pessoas para produzir redações: usuários do modelo GPT-4o da OpenAI, que funciona no aplicativo ChatGPT, usuários do Google como mecanismo de busca e autores recorrendo apenas ao próprio cérebro, sem auxílio de nenhuma ferramenta externa. Os recrutados incluíram estudantes, cientistas e engenheiros de cinco universidades da região de Boston.

Ao longo de quatro meses, cada participante participou de três sessões de escrita, com todos recebendo as mesmas tarefas. Para cada sessão, os participantes deveriam escolher uma dentre três opções de tema, incluindo assuntos que falam a experiências individuais ou de conhecimento geral, como felicidade, coragem, entusiasmo, arte ou filantropia.

Por meio de encefalogramas, os pesquisadores mediram o seu engajamento e carga cognitivos durante as sessões — ou seja, quanto cada um estava efetivamente envolvido com a tarefa e qual era o esforço mental para processar as informações necessárias para completá-la. No final, 18 dos participantes ainda integraram uma quarta sessão, na qual foram trocados de grupo.

ste mês. Os pesquisadores argumentam que mais conhecimento sobre os seus impactos é necessário diante do avanço rápido da IA pelo mundo.

Os exames revelaram “diferenças significativas na conectividade do cérebro”, escreveram os pesquisadores, com reduções sistemáticas de acordo com a quantidade de ajuda externa utilizada pelos autores das redações.

Os participantes que não recorreram a nenhuma ferramenta externa apresentaram o funcionamento cerebral mais forte e bem distribuído. Já os usuários de mecanismos de busca tiveram engajamento moderado, e aqueles que usaram ferramentas de IA demonstraram menor conectividade, sugerindo menos esforço e engajamento.

“Questão urgente” para aprendizado

Os autores dos textos foram também entrevistados após cada sessão e tiveram suas produções avaliadas por professores e por uma ferramenta de IA criada especificamente para o estudo.

Para os participantes que escreveram com ajuda de IA, foi menor a capacidade de responder a perguntas simples sobre o próprio trabalho, mesmo poucos minutos após a sua finalização. Dentre eles, 83% não conseguiram recitar uma frase do próprio texto de cabeça, contra 11% no grupo que só usou ajuda do Google.

Além disso, nenhum dos autores que tiveram ajuda de IA soube corretamente reproduzir corretamente os pontos principais da redação. Já no grupo que usou o Google, apenas três pessoas não conseguiram. Dentre os participantes que não usaram ferramenta nenhuma, o número caiu para dois participantes.

“Embora os LLMs ofereçam conveniência imediata, nossas descobertas destacam possíveis custos cognitivos”, avaliam os oito cientistas que assinam a pesquisa. “Demonstramos a questão urgente de uma provável redução nas habilidades de aprendizagem.”

Outros estudos já indicaram que ferramentas como o ChatGPT reduzem o esforço cognitivo imediato para os usuários, mas podem também diminuir a capacidade de pensamento crítico e a criatividade. Para os pesquisadores do MIT, o fenômeno levanta preocupações para contextos educacionais, onde é fundamental desenvolver capacidades cognitivas robustas. (com informações Deutsche Welle)

 

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