O drama das enchentes piorou nesta terça-feira (7) em Porto Alegre e em centenas de outras cidades do sul do país, onde a ajuda humanitária começa a chegar em meio à falta de água e novos alertas de tempestade nos próximos dias.
A pior catástrofe climática na história do Rio Grande do Sul já deixou 95 mortos, 131 desaparecidos e 372 feridos, de acordo com a Defesa Civil.
“Os números vão se elevando, mas infelizmente ainda projetamos que ainda tenham um grau elevado de imprecisão na medida em que estamos ainda vivendo a emergência”, disse, durante coletiva de imprensa, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).
Serão destinados R$ 200 milhões para atender a emergência, acrescentou o governador.
Em mais de 400 municípios afetados, incluindo a capital, Porto Alegre, cerca de 160 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido às inundações provocadas pelo transbordamento de rios após as fortes chuvas.
Nesta terça-feira, carregamentos de ajuda e doações de todo o país chegaram à capital gaúcha, onde “a demanda mais urgente no momento é água”, destacou a tenente da Defesa Civil, Sabrina Ribas, em coletiva de imprensa.
Apenas duas das seis estações de tratamento de água estão funcionando, após uma delas ser religada, segundo a prefeitura da capital, onde foi decretado o racionamento de água.
Em uma “operação de guerra”, a Marinha brasileira enviará na quarta-feira para o Rio Grande do Sul seu navio “Atlântico”, o maior da América Latina, com duas estações móveis de tratamento de água.
Mais chuvas
Em meio ao cenário de destruição, as previsões meteorológicas apontam que a situação ainda pode piorar.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertou para tempestades de “grande perigo” no extremo sul do estado até a quarta-feira, com chuvas intensas, ventos e possivelmente granizo.
Além de baixas temperaturas, são esperadas “pancadas de chuvas” no centro e norte do estado, que até sexta-feira e sábado, poderiam “prejudicar os trabalhos” de resgate, disse a meteorologista Cátia Valente.
O nível do rio Guaíba, na capital e região metropolitana, continuava nesta terça-feira acima do recorde, em 5,28 metros.
As estruturas de cinco barragens correm risco de colapso, segundo o governo.
Imagens de satélite ilustraram “que a enchente mudou o mapa da região metropolitana” de Porto Alegre, descreveu o site especializado MetSul.
Segurança reforçada
Além das ações de resgate e realocação das famílias, autoridades locais tentam garantir a segurança, em meio a denúncias de furtos de casas e do temor de saques em áreas de Porto Alegre e região metropolitana.
Por isso, cerca de mil policiais foram mobilizados em todo o estado e foi pedido o reforço de outras forças, disse Leite.
Além disso, a Secretaria da Segurança Pública tenta impedir ainda a propagação de desinformação sobre a tragédia e afirmou que responsabilizará quem o fizer com “todo o rigor possível”. (com in formações AFP)



