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segunda-feira, fevereiro 17, 2025

Efeito gelo-fino: antever o futuro é possível – por Flávio Cavalcante

por Flávio Cavalcante

Como gerenciar empresas e carreiras sempre estando a frente e mais seguros, lições que aprendemos com os ursos.

Meus caros colegas, minhas cordiais saudações, por 20 anos fiz Planejamentos Estratégicos para Empresas de todos os portes e para pessoas (PEP – Planejamento Estratégico Pessoal), entretanto só na Pandemia que percebi algo novo: devemos começar pelo fim.

Sempre reforçamos junto as empresas e profissionais que devemos primeiro definir onde queremos chegar, traçar metas, escolher caminhos (métodos), aplicar indicadores (KPI – Key Performance Indicator) e corrigir o rumo. PORÉM, de que adianta mirar em uma realidade que não estará lá quando chegarmos? Chamei isso de Efeito GELO FINO. 

A pandemia mudou de forma tão abrupta mercados e profissões pelo mundo que será necessário reinventarmos carreiras, negócios, métodos e realidades, basta observar o limbo que empresas de eventos caíram nesse período. 

Imaginemos que sua empresa é um Urso, alguns com toneladas outros com menos peso, mas que para sobreviver precisa saltar de bloco de gelo para blocos de gelo, como seria interessante saber quais blocos são de gelo fino e quais são de gelo grosso, bem como saltar em blocos com menos concorrência por comida. Vida dura a vida de urso! 

Isso nos força a pensar:  antes de dizer “quero ser referência nesse mercado”, devemos nos perguntar se haverá esse mercado quando chegarmos lá. Desta feita todo planejamento parte da premissa que o mercado estará lá, firme e forte, para sustentar minha empresa, porém isso não é necessariamente verdade.  É fato comprovado que existirão casos onde o gelo fino irá afundar fazendo com que a empresa use aqueles 3 minutos de ouro entre tocar na água fria e a hipotermia para se reinventar e encontrar um pedaço de gelo mais firme. 

‘Mas ninguém consegue ver o futuro Tio Flávio’ Você me permite discordar? A primeira etapa é realizar o que chamamos de Estudos Futuros, pois demonstram as tendências, os Cenários e até como nos preparar mentalmente para esses novos cenários, realizado por profissionais de Cool Hunting, Foresight e Futures Literacy. 

‘Mas tio Flávio, o que são esses nomes?’. São novas profissões que se tornaram a diferença entre as empresas de Bilionárias e as ‘pelo-menos-nós-tentamos’. Ao contrário do que o conhecimento popular pode inferir, os Estudos Futuros são análises historiográficas, científicas, comportamentais e estatísticas de novos comportamentos sociais que já tomam forma como nichos de mercado e tendências de consumo. 

Coolhunting – usa observação, estudo sociológico, antropologia e pesquisas para avaliar, dentro de um futuro emergente, o que será moda (cool) e o que será cafona (cold) em breve. Qual é a próxima tendência da moda. O próximo show de TV que fará sucesso.  O Próximo tipo de alimento da moda. A próxima personalidade formadora de opinião. Assim, as empresas podem adotar valores, comportamentos, formas de comunicação e discursos que se aproximem de seu nicho. 

Foresighter (ou Forecaster): Tem seu foco em novas tendências de negócios usando base em dados e fatos e procura entregar resposta em um curto período de tempo. O que vai acontecer amanhã? Qual é a previsão do tempo? Qual é o modelo que melhor atenderá meu cliente? Qual o melhor cenário comercial? Qual o organograma ideal para quando formos expandir daqui há 4 anos? Desta forma as empresas conseguem mitigar riscos, desenvolver soluções, otimizar custos, gerar novas fontes de receitas e propor novas ofertas a seus clientes. 

Futures Literacy: É o profissional que busca transmitir para grupos sociais (escolas, empresas, times…) a habilidade e as técnicas para compreender, de forma proposital e com fundamentos científicos, a importância dos cenários futuros, usando para isso preceitos fisiológicos, psicológicos, pedagógicos e andragógicos, desenvolvendo capacidade de antecipação de cenários, bem como facilitar a adaptação das pessoas ao novo. 

Afinal, entendendo os rumos do mercado, e somente depois de definirmos isso, encontramos nosso gelo firme e desse momento em diante o planejamento estratégico faz todo sentido, pois irá organizar onde (qual bloco) queremos chegar, quais são as etapas para chegarmos nesse bloco (mesmo que passemos por alguns gelos finos até atingirmos nosso gelo grosso), qual a melhor forma de chegar lá (pulando, andando, correndo…) e quais são as medições para não perdermos o rumo nessa transição. 

Então, meus queridos ursinhos e ursinhas, antes de saltar nos blocos de gelo que tal procurar alguém para mitigar seus riscos e colocar você no melhor iceberg possível… afinal, o gelo pode subir no meio do seu salto e cair na água pode significar a morte da empresa. 

Ah! Você pode estar se perguntando: como os ursos fazem para saber se o gelo é fino ou grosso? Eles pulam, se der certo bem, caso contrário eles usam a gordura acumulada para sobreviver a água gelada… e nossas empresas, depois dessa crise, tem gordura acumulada para sobreviver a isso? Melhor não tentar Zé Colmeia. Que tal pensar em antecipar o futuro um pouquinho?

Que o sucesso seja a sombra de vocês, hoje e sempre.

Flávio Cavalcante – Um burro curioso, Polimato, Analista de Tendência, Professor, Escritor, Cientista, Empresário e Gestor de Projetos… Mas acima de tudo! Ser Humano pronto para ajudar, basta chamar.

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