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sábado, outubro 11, 2025

As redes sociais mais usadas por imigrantes

Onde os brasileiros se encontram na América

Nova praça pública dos imigrantes

Nos anos 2000, o telefone com código internacional era o único elo entre os imigrantes e suas famílias no Brasil. Hoje, bastam alguns toques na tela para ver, ouvir e compartilhar momentos com quem ficou do outro lado da fronteira. As redes sociais transformaram a forma como os brasileiros vivem a experiência de imigração, conectando corações, negócios e comunidades espalhadas pelos Estados Unidos.

De WhatsApp a TikTok, cada plataforma se tornou uma ferramenta essencial de sobrevivência cultural, emocional e profissional. Mas quais são as redes mais usadas pelos imigrantes? E como elas moldam o modo de viver e de se comunicar fora do Brasil?

WhatsApp: o elo emocional e comunitário

O WhatsApp continua sendo o “telefone oficial” dos brasileiros no exterior. Grupos de bairro, igrejas, escolas e associações comunitárias fazem do aplicativo uma verdadeira rede social paralela, onde circulam desde vagas de emprego até campanhas de solidariedade.

De acordo com levantamentos recentes do Pew Research Center e da DataReportal, o WhatsApp é a ferramenta de comunicação mais usada entre imigrantes latino-americanos nos EUA. Para os brasileiros, ele representa mais do que conveniência: é a ponte diária com o Brasil.

Além disso, pequenos empreendedores, manicures, prestadores de serviço, vendedores de comida usam o aplicativo como vitrine de negócios e canal direto de atendimento. É ali que o “boca a boca digital” ganha força.

Instagram: a vitrine da vida americana

O Instagram é o território da imagem e os brasileiros sabem usá-lo como ninguém. Entre os imigrantes, é a rede onde se compartilha a “vida americana” em fotos, reels e stories que misturam saudade e conquista.

Mas o Instagram também virou ferramenta de oportunidade. Negócios locais voltados à comunidade, como restaurantes, academias, salões e escolas de inglês, apostam na plataforma para divulgar seus serviços e alcançar o público brasileiro que busca referências de confiança.

Com recursos de geolocalização e hashtags, brasileiros em cidades como Orlando, Miami, Boston e Newark se conectam e se encontram mais facilmente. Não por acaso, as hashtags #BrasileirosNaFlórida, #VidaNaAmérica e #Facebrasil cresceram em popularidade nos últimos anos.

Facebook: a velha rede, ainda poderosa

Embora o Facebook tenha perdido força entre os jovens, ele segue sendo essencial para os imigrantes, especialmente aqueles que chegaram aos EUA antes da era do TikTok.

Os grupos do Facebook continuam ativos e úteis: ali se trocam informações sobre aluguel, documentação, trabalho e eventos comunitários. É também um espaço onde muitos encontram apoio emocional e orientação sobre o dia a dia no país.

Para quem busca construir reputação ou fortalecer uma causa, o Facebook ainda é uma ferramenta estratégica, principalmente para comunidades religiosas, entidades culturais e pequenos negócios locais.

TikTok: o novo palco dos imigrantes

Entre as novas gerações, o TikTok virou uma ponte entre culturas. Jovens brasileiros nos EUA compartilham experiências de adaptação, humor sobre o choque cultural e dicas práticas de imigração, tudo em vídeos curtos, criativos e cheios de identidade.

Essa rede, que já ultrapassou 1 bilhão de usuários no mundo, funciona como uma janela para novas oportunidades. Influenciadores brasileiros que moram nos Estados Unidos têm ganhado visibilidade com conteúdos sobre carreira, empreendedorismo e cotidiano, atraindo parcerias e patrocínios.

O TikTok é também um espaço de ressignificação: onde o imigrante deixa de ser apenas um “estrangeiro” e passa a ser produtor de cultura global.

YouTube: a escola digital dos imigrantes

O YouTube é, para muitos imigrantes, a principal fonte de aprendizado gratuito nos Estados Unidos. Tutoriais sobre como abrir empresa, declarar impostos ou entender o sistema de saúde americano são alguns dos conteúdos mais buscados.

Canais de brasileiros que vivem no exterior também se destacam por oferecerem informações práticas e confiáveis, muitas vezes com mais clareza do que sites oficiais.

Além disso, o YouTube ajuda na preservação da língua e da cultura: famílias assistem juntas a programas, músicas e conteúdos brasileiros, mantendo viva a conexão com as raízes.

LinkedIn: a rede da ascensão profissional

Para o imigrante que busca crescer na carreira, o LinkedIn tem ganhado espaço. Cada vez mais brasileiros utilizam a rede para construir reputação profissional, divulgar suas conquistas e se conectar com oportunidades de trabalho nos Estados Unidos.

Empresas com presença internacional também usam o LinkedIn para identificar talentos bilíngues e multiculturais, perfil que os imigrantes brasileiros preenchem com destaque.

A tendência é que o uso da plataforma cresça entre profissionais de tecnologia, saúde, educação e negócios, áreas onde a comunidade brasileira tem se expandido fortemente.

Threads e outras novas redes: busca por voz e autenticidade

O surgimento de novas plataformas, como o Threads (da Meta) e o BeReal, mostra uma mudança de comportamento: usuários buscam espaços mais autênticos e menos polarizados.

Entre imigrantes, essas redes ainda são nichadas, mas representam um desejo de reconexão real, um espaço para compartilhar experiências sem filtros, longe da pressão estética e dos algoritmos.

Conclusão: conectados, mas com propósito

As redes sociais se tornaram mais do que ferramentas de comunicação; são extensões da própria experiência de viver fora do país. Por meio delas, o imigrante encontra informação, comunidade e pertencimento.

Para os brasileiros nos Estados Unidos, estar online é uma forma de manter vivas as duas pátrias: a que ficou e a que se constrói todos os dias. E é justamente nessa conexão que se revela a força da comunidade, uma rede humana que cresce, se apoia e se reinventa, um post de cada vez.

A Facebrasil, há 15 anos conectando brasileiros no exterior, segue como fonte de informação e inspiração para quem busca prosperar nos EUA, sempre valorizando as histórias de coragem e determinação que moldam nossa comunidade.

Compartilhe este artigo com outros brasileiros que vivem nos EUA e ajude a fortalecer nossa rede de conexões reais.

@marcoalevato

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