Curiosa que sou, não são raras as vezes que me pego pensando sobre fatos históricos ordinários, que escapam aos livros. Um de meus interesses, por exemplo, era saber como as noivas se preparavam para o casamento na Antiguidade; quais recursos usavam para se embelezar, cuidar dos cabelos e da pele.
Graças a pesquisas bem direcionadas, descobri que a vaidade feminina é atemporal, e que a preocupação e artimanhas estéticas existem desde os primórdios da civilização. Surpreendentemente, alguns dos produtos cosméticos ainda populares hoje são resultado de conhecimentos seculares, que eu compartilho a seguir.
HIDRATAÇÃO
No antigo Egito, as mulheres eram meticulosas com a sua aparência, e se empenhavam, principalmente, em manter a pele macia e suave. Elas usavam, como hidratantes, óleos de oliva, de sésamo (ou gergelim), de amêndoas amargas e cardamomo.
Já a hidratação com pérolas era amplamente usada por mulheres ricas na China antiga. Elas ingeriam pérolas em pó (e as conchas de ostras, também em pó) para manter a pele impecável. Também misturavam esses ingredientes com outras coisas e aplicavam como máscaras. Pode soar estranho, mas uma pesquisa moderna descobriu que o pó de pérola, de fato, contém propriedades hidratantes e antioxidantes em quantidades suficientes para acelerar a cicatrização de feridas.
Na Índia, as noivas, antes do casamento, usavam uma máscara especial no corpo inteiro, incluindo açafrão, sândalo, farinha de grão de bico (sem glúten), água e leite. Dizia-se que era para amaciar a pele e melhorar o seu tom rosa.
ACNE
Acne, erupções cutâneas e espinhas não são uma praga moderna – também eram bem conhecidas e odiadas nos tempos antigos. Essa máscara de açafrão que mencionamos há pouco, para noivas indianas, também ajudava no cuidado de quaisquer irritações da pele, e ainda descobriu-se que a cúrcuma é um potente agente antibacteriano.
No Egito as pessoas tratavam problemas de pele como eczema e psoríase colocando sal do mar Morto na água de banho.
O mel também foi amplamente usado no mundo antigo nos tratamentos para irritações da pele. Ele tem uma propriedade valiosa de matar todos os tipos de micro-organismos que causam acne e outros problemas.
MARCAS OU RUGAS
As mulheres antigas tinham um verdadeiro arsenal contra o envelhecimento, incluindo alguns meio extravagantes, como comer cogumelos especiais: na China, as mulheres ingeriam ganoderma ou lingzhi – um fungo de árvore cujos mais recentes estudos atestam ter um efeito rejuvenescedor sobre todo o corpo, incluindo a pele. Verificou-se ainda que combatem os radicais livres, a principal causa do envelhecimento. Por fim, estimulam o sistema cardiovascular e nervoso, todos fatores que deixam marcas da idade na pele.
No Egito e na Índia, aloe vera (a nossa babosa) sempre foi um sucesso para preservar uma aparência jovem.
Na Grécia as rosas eram reverenciadas como um importante tratamento de problemas de pele relacionados à idade, uma vez que tinham o poder de rejuvenescer a pele seca e flácida.
BRILHO DA PELE
Pele com brilho é e sempre foi sinal de beleza e saúde, tanto que, na Grécia Antiga, vinagre e sumo de limão eram comumente utilizados em receitas caseiras de beleza.
As chinesas tinham outra arma secreta contra manchas: a soja. A ciência tem comprovado que as proteínas da soja realmente têm a capacidade de provocar a despigmentação da pele, o que é essencial para o branqueamento.
No Egito as mulheres usavam abacate para curar os olhos inchados e ainda faziam um esfoliante facial de mel e bicarbonato de sódio, para manter o tom de pele uniforme e brilhante.
E na África e África Subsaariana, as mulheres usavam o fruto cozido de uma árvore local, kigelia, para acabar com manchas escuras.
CABELOS BRILHANTES
As mulheres egípcias usavam óleos para nutrir o cabelo. O óleo de coco, a manteiga de cacau (na América) e a manteiga de karité foram comuns nos cuidados dos cabelos.
Na Grécia, por outro lado, as mulheres usavam o suco de limão nas madeixas e se prostravam ao sol para iluminá-las.
A famosa hena era o truque mais usado pelas mulheres no Oriente Médio, Egito e na Índia, onde também era habitual aplicar óleo de coco no cabelo, para que ele crescesse mais depressa e mais forte. Embora soe igualmente óbvio e chocante, na China as mulheres contavam com o arroz. Isso mesmo, elas lavavam os fios com água de arroz para que eles ficassem ainda mais bonito. É que, na China, há um grupo étnico no qual as mulheres se vangloriam de ter os cabelos pretos, puros e saudáveis, mesmo além da idade de 80.
Ficou curiosa para saber se o truque funciona mesmo? Pois lave um punhado extra de arroz e veja por si mesmo.
Graças a todo esse conhecimento acumulado ao longo dos anos, hoje temos ao nosso dispor diversas opções de produtos e tratamentos – cada um para um tipo de pele, de fio, de mulher e de bolso. O cenário fica ainda melhor diante da globalização, que disponibiliza os mais variados recursos em diferentes partes do mundo. A linha de cosméticos da Jacques Janine, aliás, é a mais nova recém-chegada aos EUA, reforçando o pioneirismo do Brasil em questões de beauty e wellness.



