O feriado da Independência no Brasil, nesta terça-feira (07), está sendo marcado por protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os atos acontecem em meio a embates do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF), e em um contexto de queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração Bolsonaro – e de uma acentuada crise econômica.
Os apoiadores do presidente intensificaram os chamados para os atos após a rejeição da PEC do voto impresso – uma demanda dos bolsonaristas diante de supostas fraudes nas eleições, sobre as quais não há indícios e cujas provas o próprio presidente admitiu não existirem.
No campo contrário, manifestantes protestam contra o governo Bolsonaro e a escalada da crise institucional e econômica. Diante de quase 600 mil mortos na pandemia do coronavírus, aumento de preços, do desemprego e da fome, os atos pedem a saída do presidente.
Em Brasília, as celebrações oficiais dos 199 anos da Independência começaram com o hasteamento da bandeira nacional no Palácio da Alvorada. O presidente Jair Bolsonaro desfilou em carro aberto até o local da cerimônia.
Ao se dirigir aos manifestantes, em cima de um carro de som, o presidente afirmou que a população não deve aceitar “que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando nossa população”, sem citar nominalmente nenhum dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse, em alusão à suprema corte. “Nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República. Aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede pra sair”, disse.
Alvo das ameaças de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes se manifestou em uma rede social em defesa da democracia. “Nesse Sete de Setembro, comemoramos nossa Independência, que garantiu nossa Liberdade e que somente se fortalece com absoluto respeito a Democracia”, escreveu o ministro do STF. (Com informações G1 e CNN)