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domingo, outubro 26, 2025

Alopecia, a doença que causa a perda de cabelo – na revista Facebrasil 113

por Dra. Lilian Alevato

A cerimônia do Oscar 2022 ficou marcada pela agressão de Will Smith contra Chris Rock. O comediante despertou a fúria do ator ao ironizar a cabeça raspada de sua mulher, Jada Pinkett Smith. 

Enquanto apresentava a premiação mais importante do cinema, Chris Rock comparou Jada com a personagem de Demi Moore no filme “Até o Limite da Honra”, que raspa a cabeça para entrar no corpo de fuzileiros navais, e assim esconder sua feminilidade. 

Após o comentário, Will Smith deixou seu lugar na plateia, subiu ao palco e deu um tapa no rosto de Chris Rock. Jada tem a cabeça raspada por conta da alopecia, uma condição capilar que causa a queda de cabelo. 

Mas, o que é esta doença?  

A alopecia é uma alteração capilar que pode levar à perda dos fios de forma temporária ou permanente e não se restringe só aos cabelos, mas também é capaz de afetar os pelos do rosto e corpo. Ela pode ser causada por influências genéticas, processos inflamatórios locais ou doenças sistêmicas.

Um dos tipos mais comuns de alopecia é a areata, que é uma doença autoimune — quando as células atacam o próprio organismo. Ela atinge aproximadamente 2% da população mundial em diferentes níveis, pode afetar desde pequenas áreas do couro cabeludo ou da barba, por meio de lesões circulares, ou até causar a completa ausência dos fios em todo o corpo. 

Outro tipo comum da alopecia é a androgenética, que também é autoimune e causa o afinamento progressivo dos fios. Ela é mais recorrente entre os homens, cujas áreas mais atingidas são a coroa e a região frontal, as famosas entradas. Já as mulheres, estima-se que 5% tenham alopecia androgenética — sofrem com sintomas, que costumam ser mais discretos, como perda capilar na região central do couro cabeludo. No caso delas, os períodos de queda intensa podem ter relação com irregularidade menstrual, acne ou obesidade.

Ainda há outros tipos de alopecia: cicatricial (doença rara em que os folículos capilares são substituídos por tecido cicatricial), de tração (retirada das raízes dos fios capilares devido a penteados que puxam os fios por bastante tempo), frontal fibrosante (perda de cabelo na linha frontal), tricotilomania (a pessoa arranca os próprios fios devido a alterações emocionais) e tinea capitis (micose do couro cabeludo causada por fungo).

O quadro não é contagioso e não apresenta riscos à saúde, além da perda capilar em si. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), casos de perda total dos fios no corpo em razão da alopecia são uma minoria: cerca de 5%. A situação pode ser intensificada por fatores emocionais, como estresse intenso.

Tratamento

Por ser uma doença autoimune, não há um tratamento definitivo para o problema. Há medidas paliativas para evitar a queda dos fios de cabelo, como medicamentos tópicos ou até mesmo injeção no couro cabeludo, que estimulam o folículo a produzir cabelo novamente e precisa ser feita de modo contínuo. 

Também podem ser usados bloqueadores hormonais, por meio de medicamentos orais. O objetivo desses tratamentos é estacionar o processo de queda capilar e recuperar parte dos fios perdidos.

Para os casos em que os fios já caíram, a solução é um transplante capilar em algumas áreas afetadas pela calvície. Quem sofre da condição deve buscar um dermatologista e tentar compreender as causas da perda capilar para um tratamento mais adequado.

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